📫 Nos anos 1980, a cantora Patti Smith afastou-se dos palcos para se dedicar à família. Ainda hoje, afirma, é criticada por “não ter feito nada” durante essa década1.
Foi nesse período que teve e criou dois filhos. Que desenvolveu uma rotina de escrita regular, entre as 5h00 e as 8h00 da manhã, enquanto as crianças dormiam.
O marido, Fred Smith, viria a morrer em 1994 aos 45 anos. A década de 80 foi também, por isso, aquela em que viveu em pleno o seu casamento.
Independentemente do julgamento de valor sobre trabalho público versus doméstico, se considerarmos a longevidade da carreira de Patti Smith, faz sequer sentido penalizá-la por uma paragem de dez anos?
No livro The New Long Life, os autores defendem que, perante a perspectiva de um aumento significativo da esperança média de vida, precisamos de repensar o modo como distribuímos o tempo pelas diferentes etapas. Seremos também capazes de o valorizar de outra forma?
E agora os temas deste mês, vamos a isto!
Workshop: Foco e Produtividade
A convite do Avila Spaces, dinamizei ontem o workshop “Desbloqueie a sua Produtividade”. Foi uma sessão breve em que partilhei algumas técnicas a partir do livro e os participantes puderam fazer exercícios, trocar experiências e fazer perguntas. Se achares que também pode ser útil levar à tua equipa uma sessão com dicas práticas de como promover o foco, a produtividade e a criatividade, fala comigo!
Aprender devagar
Na apresentação do meu livro, falei da lentidão de algumas técnicas que usei durante o processo de escrita, e de como ela beneficiou o desenvolvimento de ideias. Bem a propósito, cruzei-me com um texto já antigo em que o Austin Kleon fala do impacto das práticas lentas na aprendizagem, e de como ele tomou consciência dessa relação ao observar o filho de quatro anos.
Empatia pela Personalidade
A professora Margarida Pedroso Lima ensinou-me tudo o que sei sobre Psicologia da Personalidade (e não só). Foi por isso um prazer voltar a ouvi-la num dos meus podcasts favoritos, o 45 Graus. É um dos primeiros episódios gravados, mas a conversa não perde atualidade e contribui para uma maior empatia em relação aos diferentes perfis com que convivemos no dia-a-dia. Ajudou-me, por exemplo, a compreender melhor os extrovertidos cá de casa 🙂
Um desafio por cada ano
Anualmente, pelo seu aniversário, o marketeer Ant Harris começa um novo desafio que consiste em fazer um número de atividades equivalente ao número de anos que completa. Este ano desafiou-se a ler 35 livros infantis, experimentar 35 tipos de gelado e desenhar 35 tipos de letra diferentes. Entre as experiências de anos anteriores, há visitas a mercados, obras de arte, cocktails, receitas, rituais, zines e eventos online. Uma forma interessante de sair da rotina e criar um incentivo a experimentar coisas novas todos os anos.
Um lembrete
É já amanhã que vou estar na livraria Almedina Estádio em Coimbra, às 16h00. Se puderes aparecer, vemo-nos por lá!
Estas foram algumas das ideias que passaram pelos meus cadernos e que escolhi partilhar contigo. Fica à vontade para enviar esta edição a quem quiseres.
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Até breve! 👋
História contada pela própria no podcast Wiser than Me, de Julia Louis-Dreyfus.
O episódio da vida da Patti Smith que relatas é muito interessante e uma boa reflexão. Remete-me para as exigências que, por vezes, recaem sobre as figuras públicas: como se devessem aos demais, aos fans, à comunidade, um constante fluxo de produção, sem interrupções. É uma exigência intrusiva, uma expectativa excessiva, uma espécie de capricho infantil: a Patti Smith não deveria ter dedos apontados na sua direcção por decisões deste género (que, ainda para mais, tiveram imensa relevância na vida pessoal dela) e, muito menos, ter de dar quaisquer satisfações.