Lembras-te de quando sugeri que as empresas acabassem o ano a celebrar os seus erros?
Pois agora tenho uma boa oportunidade de o pôr em prática, visto que acabei de te enviar um presente impossível de descarregar 🙄
Celebremos, então, este erro que, sendo bastante visível, não tem propriamente escala nacional (não é como se esta newsletter fosse o Expresso Curto), e que, sendo aborrecido porque agora recebes um segundo e-mail, não causa um impacto dramático na vida de ninguém.
Aproveitemos, também, para pôr em prática o que aprendi com a Professora Amy Edmondson, e analisemos a origem do erro para o prevenir no futuro:
Preparei a newsletter ontem ao final da tarde, num breve intervalo de um longo episódio de dor (coluna), em que pensei: “Vou aproveitar agora para adiantar trabalho”
O meu filho estava a chegar de casa dos avós, por isso, ao contrário do que faço sempre, não enviei uma versão de teste para mim antes de programar o envio
Sabia que havia “qualquer coisa sobre os anexos no substack” de que me devia lembrar, mas estava com pressa e não fui confirmar
E agora as resoluções para o futuro:
Não compensa sacrificar o descanso - quando se está num quadro de dor, os recursos cognitivos não estão 100% disponíveis, e ao invés de ser produtiva acabei por gerar mais trabalho1
Não compensa saltar etapas - era preferível ter enviado a newsletter hoje mais tarde e assim teria tido oportunidade de testar o envio e de ir consultar as minhas notas sobre os anexos (a “tal coisa” era que os títulos não podem ter acentos)
Porque vale a pena celebrar?
Um erro público tem maior probabilidade de ficar gravado na minha memória, o que - espero eu - reduz a probabilidade de ser repetido. Além disso, não causou danos (além do meu ego) e deu-me oportunidade de refletir e tomar algumas medidas para prevenir erros semelhantes no futuro.
Agora sim, o ficheiro!
Esta não é a primeira vez que caio nesta armadilha. Recentemente descobri um erro grande que cometi num projeto. O cliente não foi prejudicado (pelo contrário, saiu bastante beneficiado), mas o impacto no meu planeamento, no meu orçamento e (há que admitir) na minha autoconfiança foi gigante. Ao analisar a raiz do problema, percebi que ele ocorreu num período de grande tensão emocional na minha vida pessoal. Uma lição importante sobre o impacto das emoções na tomada de decisão, que aparentemente ainda não tinha integrado. Espero que o facto de este erro na newsletter, apesar de mais básico, ser mais visível, contribua para sedimentar a aprendizagem.
👏🏻