📫 Nos seus últimos anos, Darwin dedicou uma hora por dia a refletir e escrever sobre a sua vida, deixando um conjunto de notas sobre o que nos torna humanos, o que nos faz felizes, e o que faz com que valha a pena viver1.
Um desses apontamentos continha esta frase extraordinária:
Se eu tivesse que viver a minha vida novamente, teria criado uma regra para ler alguma poesia e ouvir alguma música pelo menos uma vez por semana.
A sua perspetiva era a de que, se o tivesse feito, a parte do seu cérebro capaz de apreciar estas formas de arte não teria “atrofiado por falta de uso”. Argumentava ainda:
A perda destes gostos é uma perda de felicidade, e pode ser prejudicial ao intelecto, e provavelmente ao caráter moral, ao enfraquecer a parte emocional da nossa natureza.
E agora os temas deste mês, vamos a isto!
Reflexão na aprendizagem
Este mês escrevi sobre a importância da reflexão em qualquer processo de aprendizagem e propus uma rotina simples de check-up mensal para analisar o que se aprendeu, identificar o que ainda falta aprender e traçar novos planos para o concretizar.
Foco ou falta dele
Nos últimos meses entrei num funil de leituras sobre atenção. Sem dúvida o livro que mais me marcou foi o Stolen Focus, de Johann Hari, pela abrangência da análise. É comum assumirmos que a responsabilidade pela atual falta de foco é das redes sociais, dos telemóveis e, em última análise, nossa, mas o autor identifica 12 causas, entre as quais o défice crónico de sono em que vivemos, os níveis de poluição a que a que estamos expostos, e as escolhas alimentares que temos ao nosso dispor. Se não quiseres ler o livro, sugiro que acompanhes a entrevista que deu ao ator Stephen Fry.
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Austin Kleon
Treino de atenção
Em total alinhamento com o tema anterior, o Austin Kleon partilhou recentemente um exercício de 30 minutos para treinarmos a capacidade de prestar atenção ao que nos rodeia. No texto faz-se também referência a um livro que adoro (já o referi na newsletter #8) e que está cheio de exercícios deste género: The Art of Noticing, do Rob Walker.
Tecnologia e educação
Numa altura em que tanto se fala sobre o Chat GPT e o impacto da tecnologia na educação, lembrei-me de um artigo publicado na revista The Atlantic em outubro sobre as consequências atuais da decisão tomada por muitas escolas americanas de deixar de ensinar escrita à mão a partir de 2010. Pista: perdeu-se mais do que se antecipava.
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Marcas pessoais
A Debbie Millman, designer responsável pela criação de algumas das marcas mais famosas do mundo, escreveu um artigo em que explica porque é que o conceito de “personal branding” não faz sentido - desde logo, porque “construir qualquer marca requer consenso.” Há uns anos também escrevi a este propósito.
Estas foram algumas das ideias que passaram pelos meus cadernos ao longo deste mês e que escolhi partilhar contigo.
Fica à vontade para enviar esta edição a quem quiseres.
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Até março! 👋