Newsletter Yellow Pad | outubro 2021
Livros infantis, aprendizagem, flow, amadorismo e check-ups
Os livros infantis podem ser fontes inesgotáveis de aprendizagem e inspiração. Os mais bem construídos assentam em finas camadas de significados sobrepostos de forma tão elegante que a cada nova leitura descobrimos uma possibilidade de interpretação.
O Eric Carle era um mestre nesta arte, que aplicava tanto à escrita como à pintura. Para a composição de figuras icónicas como “a lagartinha muito comilona” usava pedaços de papel de seda pintados previamente, com tonalidades e texturas diferentes, que guardava em gavetas organizadas por cor e depois cortava e colava.
Créditos da imagem: Austin Kleon
Esta é, parece-me, uma boa metáfora para o processo criativo: uma colagem de várias ideias que vamos tendo e arquivando, e que num determinado momento somos capazes de juntar num todo com significado.
E agora os temas deste mês, vamos a isto!
Aprendizagem por observação
Recentemente completei um curso de storytelling na Masterclass. Na newsletter de agosto partilhei um artigo sobre o sucesso desta plataforma, e uma reflexão pessoal sobre o potencial da tecnologia para promover a aprendizagem por observação. Porém, depois de ter tido o Neil Gaiman na minha sala a mostrar-me esboços iniciais dos seus livros, não posso deixar de questionar: até que ponto é que o acesso facilitado aos melhores do mundo potencia ou, pelo contrário, condiciona a aplicação das aprendizagens na prática? Se quiseres contribuir para esta reflexão, escreve-me!
Flow e amadorismo
Este mês faleceu um dos psicólogos mais influentes (e um dos nomes mais impronunciáveis) no estudo da motivação humana. Mihaly Csikszentmihalyi cunhou o conceito de flow, e como bem recorda o Austin Kleon, escreveu sobre a importância de “ser amador” em determinados domínios de interesse. Uma reflexão que me fez recordar o artigo de elogio à mediocridade escrito pelo Tim Wu em 2018.
Check-up anual
Numa TED Talk que ficará para a História como testemunho de um período em que os oradores tiveram que levar o palco para suas casas, o Adam Grant percorre os perigos de não pararmos para repensar as nossas circunstâncias, explica a origem de alguns dos nossos erros de julgamento e recomenda práticas para os prevenir, como a do check-up anual focado em dimensões como carreira, relações, e até identidade.
Ver a TED Talk (16min)
365 dias a aprender
Em 2019, a Pamay Bassey, Chief Learning & Diversity Officer na Kraft Heinz, propôs-se o seguinte desafio: durante um ano, todos os dias tinha que aprender alguma coisa e partilhar essa aprendizagem com os colegas. Este compromisso permitiu-lhe fazer da curiosidade um hábito, mas também a obrigou a ser muito focada no tipo de conteúdo que consumia, porque sabia à partida que haveria dias em que não teria mais de 15 minutos para aprender. Uma das suas fontes habituais de conhecimento (e uma das minhas favoritas também): artigos da HBR.
Estas foram algumas das ideias que passaram pelos meus cadernos ao longo deste mês e que escolhi partilhar contigo.
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Até novembro! 👋
Não conhecia o artigo de Tim Wu e gostei muito de o ler. Ampliou a minha perspetiva sobre os riscos de quereremos ser excelentes em tudo... mesmo nos hobbies! Obrigada, Ana :)
Também lembro do artigo do Tim Wu, Que gostei muito quando o li