Newsletter Yellow Pad | março 2022
Aprender a falhar, Amizades no trabalho, Hot-desking, Semanas curtas e Coaching
Foi recentemente publicado o resultado de um estudo encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian ao Instituto de Ciências Sociais sobre as práticas culturais dos portugueses. Nos 12 meses anteriores à recolha de dados (feita no final de 2020), 61% dos inquiridos não tinham lido qualquer livro impresso.
A maior parte das recomendações de leitura vêm de familiares, amigos e colegas de trabalho. Foi, aliás, esta premissa que esteve na base da criação do Goodreads, que embora hoje seja só mais uma peça no xadrez da Amazon, na sua origem pretendia ser uma rede social em que os amigos podiam espreitar as estantes uns dos outros.
Talvez o TikTok esteja também na mira de Jeff Bezos, já que ultimamente parece estar a impulsionar as vendas de livros entre os mais jovens, pelo menos nos Estados Unidos.
Mas as empresas podem desempenhar um papel importante na criação e estímulo de hábitos de leitura entre os colaboradores, como mostra esta experiência da Buffer, que implementou 3 medidas com esse propósito.
E agora os temas deste mês, vamos a isto!
Aprender a falhar com uma ceramista
Ultimamente tenho trabalhado bastante sobre o tema dos modelos híbridos, e umas das reflexões que me parece importante promover tem a ver com a importância de criar espaço para as pessoas errarem. Por isso, este mês decidi falar com alguém que faz dos erros formas de arte: a ceramista Patrícia Gonçalves, da Ramos Cerâmica.
Amizades no trabalho
Em 2017 tive a oportunidade de conhecer o Adam Smiley Poswolsky no Lisbon Investment Summit. Nos últimos anos, o seu trabalho tem incidido sobre o estudo da amizade, e em fevereiro publicou um artigo na HBR em que propõe algumas ideias para a promover nas empresas. Esta ideia de que a amizade entre os colaboradores é algo que as empresas devem estimular tem uma longa tradição nos estudos da Gallup, mas a minha visão a este respeito está mais alinhada com a de Rodd Wagner que, tendo vendido estes estudos durante muitos anos, em 2015 fez saber, num artigo breve mas muito claro, que a sua perspetiva tinha mudado.
O jogo das cadeiras
Já trabalhei em duas empresas com práticas de hot-desking (um sistema em que não há lugares de trabalho atribuídos) e confesso que não sou fã porque sinto que vai contra algumas das necessidades e tendências mais elementares do ser humano. Agora que a prática se tornou mais generalizada, muitas outras pessoas começam a partilhar deste desagrado. Este artigo faz um bom resumo do estado da arte e oferece algumas recomendações práticas.
Semanas de 4 dias
Acaba de sair o livro “Sexta-Feira é o Novo Sábado”, tradução portuguesa da apologia da semana de quatro dias publicada originalmente em inglês por Pedro Gomes, professor de Economia em Birkbeck, Universidade de Londres. Ainda não li o livro, mas vale a pena ouvir a entrevista que deu ao podcast 45 graus para compreender os argumentos económicos que estão na base desta ideia. Nas newsletters de maio e julho de 2021 podes encontrar outras referências ao tema da redução da semana de trabalho.
Ouvir a entrevista (1h14)
Formação em coaching
Terminei este mês o nível introdutório do Way Beyond Coaching Class. Além da oportunidade de parar para aprender e refletir sobre o meu próprio desenvolvimento, foi interessante olhar para conceitos e práticas que me são familiares a partir de uma nova perspetiva. O Programa está muitíssimo bem desenhado e parece-me que este primeiro nível pode ser útil a qualquer pessoa que tenha responsabilidade pelo desenvolvimento de outros, independentemente de querer ou não ser coach profissional.
Estas foram algumas das ideias que passaram pelos meus cadernos ao longo deste mês e que escolhi partilhar contigo.
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Até abril! 👋
Muito obrigado pela referência ao WBCC, Ana! Gostei muito do texto sobre o erro e do ângulo que encontraste. Parabéns!